segunda-feira, 25 de maio de 2015

Senhor perito, favor ligar antes.

Esse era o recado que estava em letras minúsculas na requisição de um dos locais que fui atender.
Não reparei e fui no endereço fornecido.

Um furto em uma tapeçaria. Logo que chegamos a vítima estava encostando seu veículo também.

Entramos. Ouvimos, tiramos as fotos, conversamos. 
E percebi que mesmo que não tivesse suspeitos, nem vestígios, nem nada de interesse pericial, havia lá uma pessoa que precisava conversar e desabafar. No final, quando estávamos indo embora, fui pega de surpresa. Aquele senhor nos agradecendo, falando que tinha ganhado o dia depois da nossa visita. Disse que pensou que a perícia seria uns "cara chato que ia vim fazer um monte de pergunta grossa". Ele estava desanimado com a polícia. Disse que não o trataram bem e contou o que houve.
As vezes me da vergonha em ouvir certas coisas...as vezes não podemos ajudar com nosso trabalho, então pq não ajudar pelo menos com nossa atenção ???  Quem trabalha com o público tem a obrigação de saber ouvir.  De se colocar no lugar do outro.  Eu sempre faço isso e me sinto muito bem em poder ouvir alguém agradecendo ou sorrindo depois de ter seu direito lesado. Já fui vítima também e hoje sou quem presta auxílio. Já estive em ambos os lados. Não é fácil estar em nenhum deles mas uma coisa é fácil: tratar o próximo como vc gostaria de ser tratado. 

O mundo seria melhor se as pessoas pensassem nisso.

Senhor perito. Obrigado por sua visita.

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